sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Amor Medroso- Capitulo 12

*Demi On*

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, tirei minhas roupas e fiquei apenas de lingerie, meu corpo quente no quarto gélido me fez estremecer, eu iria desabar. Prendi meu cabelo em um coque mal feito tentando perder o mínimo de tempo para entrar no Box do banheiro, minha pele se arrepiava a cada passo que eu dava em direção ao banheiro, meus pés estavam quentes pelo fato de que anteriormente eu estava de All Star, e o chão frio pelo fato do clima estar chuvoso, andei calmamente em direção ao banheiro, apenas apreciando a
onda de arrepios tomando conta do meu corpo e levantando os pelinhos da minha pele, eu queria sentir qualquer coisa a não ser a enorme dor que venho levando em meu peito desde a morte de meus pais, aquela dor me consumia devastadoramente. Quando chequei na porta do banheiro, a fechei e apoiei minhas mãos na beirada da pia que tem ao lado, tentando ao máximo me concentrar para não fazer nenhuma besteira na qual eu sempre tenho vontade, ainda com a força do meu corpo apoiado em meus braços que estavam no mármore da pia, ergui meu rosto para olhar para o espelho logo a frente, eu via visivelmente uma garota dura e calejada que estava farta de sofrer e fazer o mesmo trajeto a noite.

"De tanto cair ela aprendeu a levantar, a pele de seus joelhos é grossa, repleta de cicatrizes, arranhões e até cortes ainda abertos. Seu pai já havia lhe dito, “a vida não é fácil, torne-se difícil de se domar”. Junto com as nuvens da noite a garota chora, molhando suas próprias palmas que escondem seus rosto inchado de choro. Levanta todos os dias com a força de quem já enfrentou uma guerra toda sozinho, “fraca”, quem via de longe a rotulava logo. Cansada demais em proferir mentiras e engolir lágrimas, até mesmo os mais alegres palhaços tem suas maiores mágoas. Ela é estranha a quem vê, guerreira a quem conhece."

 Olhei para a gaveta que havia no móvel do banheiro e a abri rapidamente, encontrando vários produtos, tirei a gaveta e virei-a no chão do banheiro, ajoelhei-me sentindo o meu corpo estremecer e vasculhei o chão com a vista já embargada por causa do choro e encontrei o que eu tanto desejava e o que eu mais temia, uma lamina que eu já usei, e sinceramente não sei por que guardei, a peguei e passei meu polegar fortemente pela sua ponta, sentindo meu polegar escorrer o meu sangue quente, isso me acalmou, levantei-me e fui até o Box ainda de lingerie, já não ligava mais para isso, liguei o chuveiro e não perdi tempo para regular a temperatura da água, desabei, não fechei o Box e não tirei a lingerie que ainda usava, apenas deslizei na parede perto do chuveiro e chorei, apenas chorei, com as pernas esticadas pelo cansaço que já me atingia e com as mãos do mesmo modo, apertei com força a lâmina em minha mão, a fazendo feri-la e me atingir com uma onda de alivio e angustia, deixei a água do chuveiro levar o sangue que escorria pela minha mão, juntamente com minhas lágrimas, coragem e minha tristeza, era como se o sangue e o chuveiro estivesse limpando minha alma, mas ainda restava a tristeza, esse ‘’êxtase’’ era apenas temporário, eu sabia disso, eu já fiz isso muitas e muitas vezes, mas muitas vezes eu não levava a lâmina junto comigo para o frio debaixo do chuveiro, elevei minha mão já fraca para tentar alcançar o lugar que regula a água do chuveiro, alcancei e desliguei, deixei minha mão elevada cair sobre minha coxa, levantei do chão do banheiro e sai do Box, encontrando os produtos ainda caídos no chão, não liguei para isso, apenas guardei a lâmina na outra gaveta do móvel e sai, chutando os produtos despreocupadamente a minha frente, liguei a torneira da pia e deixei a água escorrer sobre o corte da minha mão, franzindo o cenho por causa da dor aguda que a água diretamente no corte causou.
Peguei uma toalha de rosto e enxuguei minha mão, acusando que o corte ainda estava sangrando, enfaixei rapidamente a minha mão com o corte e me enxuguei, tirando a lingerie que ainda usava e sem parar para me olhar no espelho, sai do banheiro e me desenrolei da toalha, a jogando pelo quarto e entrando no closet, achei um baby doll de seda preto e uma calcinha de caveirinha, me vesti e fui diretamente para a cama, me joguei na mesma e enterrei meu rosto em um travesseiro, gritei tentando conter meu desespespero.

- MÃE ! VOLTA PRA MIM ! VOLTA, POR FAVOR, ME AJUDA! _supliquei pela minha mãe, chorando logo em seguida_

Chorei, chorei muito, chorei até adormecer.

  


(...)
 

 

Acordei com o sol que passava pela brecha da cortina, esfreguei meus olhos e olhei para o minha mão, a faixa que cobria o corte estava encharcada de sangue, e o sangue que acabou escorrendo um pouco pelo meu braço estava seco, me levantei ainda cansada e fui direto para o banheiro, retirei a faixa da minha mão e joguei no lixo, o corte na minha mão estava fechado, o corte não foi profundo, mas saiu muito sangue, limpei minha mão e joguei  água no meu rosto, escovei meus dentes e enxuguei meu rosto na toalha que eu usei ontem para enxugar as mãos, isso me fez lembrar para lavar a toalha, ainda na pia, esfreguei a toalha na mão e a mancha de sangue saiu, espremi a toalha e o restante de água escorreu, deixei a toalha no mármore da pia e fui me arrumar, entrei no meu closet e me despir, coloquei uma roupa para ir a escola, peguei meu celular e botei no meu bolso de trás, penteei meu cabelo e o amarrei num rabo de cavalo, botei um boné e peguei um dos meus fones de ouvido e coloquei no pescoço, calcei rapidamente um All Star e fui até o banheiro pegar a toalha que estava no mármore da pia, quando voltei ao quarto, peguei minha mochila que estava jogada pelo quarto e desci, fui até a cozinha, estava sem saco com aquela toalha e joguei-a no lixo, peguei três Nescauzinhos na geladeira, peguei meu Skate que estava na sala, peguei a chave de casa e coloquei no meu bolso de trás e sai.

 

- Selena? _perguntei assim que me virei, a encontrando sentada na calçada_

- Oi _sorriu para mim_ Tava te esperando, não vou para a escola sozinha _se recusou igual uma criança mimada, eu ri_

- Eu vou com você_sorri _Gostei do visual _pisquei para ela_ toma ai _joguei um Nescauzinho para ela_

- Valeu _sorriu_
- To vendo que ta com o seu Skate _sorri_ Vamos?
- Vamos faltar aula hoje? _sorriu amarelo_
- Para de frescura Gomez _falei tomando meu Nescauzinho_
- Frescura nada! _tentou se defender_
- O Nick ta vindo ai _apontei para Nick quando o vi vir na direção da minha casa disparado no Skate_
- Oi Povo _sorriu_
- Oi _eu e Sel falamos_
- Vamos _falei jogando um Nescauzinho para Nick, como de costume, ele sempre vinha para a minha casa para irmos a escola juntos e sempre tomávamos um Nescauzinho enquanto íamos para a escola_ Prontos?
- Eu estou _Nick falou erguendo uma das mãos_
- Toma Sel _peguei meu chaveiro e joguei uma copia da chave da minha casa para ela_ chave da minha casa,  eu você e Nick temos _falei e ela sorriu agradecida_
- Brigada Demi !_respirou fundo_ Estou pronta! _falou firme e eu e Nick sorrimos_
- Então bora negada! _falou Nick_
...
Continua!
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